INGLÓRIA

Quando eu me encontro comigo mesmo

Dentro de minha consciência,

Acontece ali um duelo de vida e morte

Entre minha alma boa e meus ímpetos ruins,

Onde não há vencedor, apenas extenuado.

Preciso criar coragem e perder o escrúpulo.

Aprender a lutar comigo mesmo buscando a paz

Escondida no equilíbrio do bem e do mal,

Como se eu fosse dois usando a mesma armadura.

Há males que vêm para o bem; a derrota.

E há bens que vêm para o mal; a vitória.

Até aonde vencer uma batalha é coisa boa?

O sol hoje vai nascer às seis e trinta e três

E se pôr às dezoito e trinta e seis.

Recolherá pela manhã com seus braços de calor

O orvalho que a noite deixou esgotado sobre as folhagens,

E ao se pôr à tardinha devolverá à noite

O orvalho, agora purificado, forte e apaixonado

Para se cumprir mais uma rotina:

- Amar com seu frescor a noite que se encherá de estúrdia.

Quem sabe eu me encontrarei na busca inglória do aprumo!

Tenho desde o nascer até o pôr do sol para descobrir meu eixo.

É dessas coisas que meus dias são extraídos. Santamente extraídos.