ENTREMEADOS UM NO OUTRO

Teu rosto um gosto

Um olhar disposto

Um vinho um mosto

Meu ponto, meu acento, meu posto

Estamos juncados jamais opostos

Jamais ensarilharemos as armas pro desgosto

Não endosso teus ossos

Insossos e sós entre pó, descoloridos, dormidos,

Carcomidos, tumulares, calcários, aéreos

Pós após nada, apostasia...

Quero-te viva e á cores dentro de mim

Por nada me aflijo sigo reto

Nem pela direita e nem esquerda

Faz-me metade pesadelo, metade sonho

Brigar com o acaso é luta renhida

O tempo é escasso é um passo dado

E cinco deixados pra trás

Um relógio que aprisiona em cálculos

Três meninos rodando em círculos

Andemos de pés descalços

Fujamos deste laço

Desta contramão

À VEZES QUEREMOS PEGAR

O QUE JÁ TEMOS NAS MÃOS....