Almas do Mundo(Poema 7)

Habita em minha alma uma infinidade de almas,

Almas do mundo que se cruzam, afastam-se, eternizam-se

Em inexplicáveis matizes, frescuras de um verão quente

e banal.

Almas de gregos, romanos, celtas, teutões, hunos,

Almas de indizíveis pensares; almas de suavidades

Ilógicas, almas fluidas, cristalinas, gotejantes do

Orvalho que desce sob toda minha pele.

Almas de uma magia bárbara, cruel, tirânica

Um espectro que motiva a atos infames, penosos...

Almas de camponeses “crentes" em espiritualidades fúteis,

Vulgares, cômicas, inofensivas...

Poetiza minha alma com estas almas,

Divertem-se com os absurdos e idiotices de

Almas tão irrequietas e irreverentes!

Acima de nebulosidades, brumas devaneantes,

Almas cantam o Te Deum vestidas de véus brancos,

Almas tão sacrossantas que se ajoelham diante da cruz

Com os pensamentos já curvados!

Devoram-me e aniquilam-me almas de tantos séculos,

Erguem-se como catedrais francesas com gárgulas pútridas

Contorcendo rostos e garras aos céus e aos homens!

Toda alma que em mim é mora é turva;

Opaca, sem brilho e reflexo, um espelho quebrado,

Empoeirado, mudo, um espelho sem memória, viço, um

Espelho introjetado, um pequeno e decadente “mirror”!

Todas as almas são do mundo sensível,

Mundo tão hibernal, soturno, melancólico...

Almas que o mundo acolhe como grandes e

Enormes quantidades, almas de mundo já adormecido

Nas densas e brumosas quimeras da Vida!

LuHessBuss Moonshadow
Enviado por LuHessBuss Moonshadow em 11/04/2011
Reeditado em 19/04/2023
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