ESTAÇÃO CENTRAL, EM BELO HORIZONTE
No metrô
O moço, cego, e o menino
Mais que uma cena do cotidiano da metrópole
Uma situação notável.
Longe de ser a cegueira do moço
Ou a simplicidade e pureza do garoto,
O que chamou a atenção, foi a união e, principalmente,
a distância entre eles e o mundo lá fora.
Ante a violência do grande centro
Diante da indiferença de parte do mundo ante às dificuldades
dos deficientes visuais
Perante a frieza de uma sociedade que observa pouco, mesmo vendo muito
Ali estavam, o homem e o menino
O semblante do menino, não sei definir exatamente
Mas era de felicidade, de ambos
E a alegria do menino, de ali estar, com o moço
Se seu pai, tio ou amigo, não sei
Me contagiou
Ver, enxergar e agir, são mais que sentidos ou possibilidades
São virtudes, possuídas por alguns cegos que vêem
Mudos que falam, surdos que escutam e, essencialmente,
Por pessoas normais que, por buscarem a pureza daquela criança e adquirirem a sensibilidade daquele cego
Mudam-se, de pessoas comuns para seres especiais
Porque necessidades especiais são obstáculos,
não impedimentos às realizações
Ser feliz, sim, é necessário
Que Deus cuide
Do menino e do moço cego.
Ed Belmont