Pierrô

Umas poucas verdades sobre mim é que minto.

Que sou idiota, que sinto saber o que não sei.

Que imagino romances por conta de alguns olhares.

Às vezes seguro meu coração, para ele não bater forte.

Ou inconscientemente travo meus sentimentos e desejos.

Isso numa fração de segundos em que não me compreendo.

Às vezes sumo, por pura vaidade.

Às vezes choro, por puro drama.

Às vezes volto atrás em ciclos para me sentir vivo.

Às vezes eu finjo sorrir.

Me pinto de Arlequim sendo o Pierrô.

Às vezes me distraio da realidade vivendo uma ilusão.

Às vezes minhas as palavras não saem.

Elas com certeza se atropelam, assim como minhas intenções.

Por isso, eu canto. A melodia das musicas me exprime o grito da alma.

Não busco as pessoas, as amo quando me buscam.

Não as sufoco, odeio que me sufoquem.

Me sinto bem em ajudar, estar lá; não me agregar.

Sou inconstante, sou oscilante,

Sou latente, carente.

Sou um gato em forma de gente

Minhas verdades ficam na subjetividade das minhas ações in-flagradas,

Nas palavras cantadas das minhas poesias,

No silêncio da minha alma tão antiga quanto o tempo.

Luan Silva
Enviado por Luan Silva em 10/04/2011
Código do texto: T2901404
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