O Bêbado
Bebendo para esquecer
As mazelas de um velho amor
Lá vai o bêbado claudicante
Sem rumo, quase perdendo a noção
Cabisbaixo e taciturno
Esbravejando contra o mundo
Um misto de fúria e obsessão
Cambaleante e descompensado
Carrega no peito cravado
Algo que nem Freud conseguiria explicar
Talvez a culpa seja
De um amor mal resolvido
E o consolo na bebida
Parece ser a tábua de salvação.
Lá vai ele ruminando seu fracasso
Imaginando outros braços,
outros lábios,
Envolvendo e beijando o corpo teu
Por um instante
Julga-se tão impotente
Que até pensa na morte
Como um presente de Deus.