RUÍNAS DO SERTÃO

Um dia o sertão,

Foi só beleza,

Tinha cheiro de pureza,

E cantar de sabiá.

As águas eram calmas e cristalinas,

Muito verde nas campinas,

E muitos frutos no pomar.

E nas estradas,

Recheadas de poeira

Os pés descalços do

Camponês, caiu o chão a rastrear.

No meu sertão tinha rios,

E grandes serras,

E os caboclos tinham terras

Pra plantar o que comer,

Mas de repente,

Numa fria madrugada,

O sertão foi acordado,

Pelo barulho da invasão

Criaturas mal amadas

Portando terno e gravata,

Em carros de ultima safra

Tomaram o sertão de assalto

E decretaram o fim da vegetação.

O que era belo, virou ruínas

O que era verde, virou cinzas

Ardendo nas chamas da ambição.

Implantaram um clima de guerra

Expulsaram o caboclo da terra

Poluiu os lagos, matou a selva

Transformou em planícies

Os belos picos de serra

Alguns enriqueceram

Outros abraçaram a miséria.

Ronaldo Rivas
Enviado por Ronaldo Rivas em 09/04/2011
Código do texto: T2899475
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