(Escuma) – discordância e avidez
Por que esperar se tenho tudo agora mesmo?
Eu já estou aqui gostando de você mesmo,
tão perto dos seus olhos...
Então, por que não há de ser?
Só porque estou nesta prisão?
Entre as grades escorre o sonho,
das minhas amarras faço e construo a rede,
na rede dormem meus desejos,
nos meus desejos repousam as lembranças,
nas malditas misérias fixo meus olhos,
e os meus olhos escolhem desvios,
na encruzilhada das veias minha magia se toca,
do seu toque restauram as marcas,
das marcas fiz minha roupa,
pelo meu corpo entrega-se o suor
pelos sentimentos unos,
meu travesseiro em rosas abriu-se,
cortando-me em espinhos a mente fugaz.
É um tanto estranho pensar em você.
Ao menos se tivesse porquê!
Quero estraçalhar esta rosa em perfumes,
pois o cheiro do meu pássaro é o único,
o único proibido às minhas narinas,
e você é a minha única direção certa.
Insisto em ir pelo caminho errado.
Até quando, mentir?