Vazio que preenche espaços
O vazio preenche espaços em branco
De meu interior.
Lembranças atormentam meu ser.
A escuridão insiste em me guiar,
A dor segura minha mão,
Prometendo nunca me abandonar...
A presença do ausente me entristece,
Faz-me crer na impossibilidade da vida,
Obriga-me a enterrar
A felicidade que nunca senti,
Força-me a destruir idealizações...
Obrigação maldita,
Essa que enfraquece minha alma,
Que já não suporta o peso
Da felicidade não sentida
E da morte de meus ideais...
Meu coração transformou-se
Num cemitério de desilusões.
O tempo mesmo parado corria,
Os dias eram chuvosos,
Fui perseguida por recordações.
Passava noites em claro,
Esperando o amanhecer.
Quando o sol nascia,
Procurava dormir,
Pois tinha medo de ganhar decepções
E assim aumentar minha “história”...
O medo e a insegurança
Imobilizavam-me.
Faziam-me crer que nada seria.
Incentivaram-me a escrever
O livro da vida,
Que traria ao mundo
Histórias engraçadas,
Outras nem tanto.
Alguns capítulos não teriam fim,
Outros seriam finalizados por reticências...
Enfim, seria um livro comum,
Com páginas repletas de simplicidade,
Alegrias e tristezas,
Flores e espinhos...
Seria simplesmente uma vida
Contada em forma de poesia,
Com alguns raios de sol...