O Escuro
E diante da ameaça do Glaucoma . . .
Eu temo que a luz me abandone.
Já se foram os movimentos;
já se foram os sonhos, frágeis elementos.
Eu temo que a escuridão me aprisione.
Como será este Mundo aonde nada se vê?
Qual sentido conduzirá o meu passo?
O tato será a vista? O tamanho da mão o espaço?
Pouco senti doutras perdas. Muito, se a luz não mais se dê.
Terei mais esta prova?
Castigo pelos poucos versos?
Pobre trova!
Eu temo o escuro,
pois não sei se o que guardei
compensará o que não mais verei.
E diante da ameaça do Glaucoma . . .
Eu temo que a luz me abandone.
Já se foram os movimentos;
já se foram os sonhos, frágeis elementos.
Eu temo que a escuridão me aprisione.
Como será este Mundo aonde nada se vê?
Qual sentido conduzirá o meu passo?
O tato será a vista? O tamanho da mão o espaço?
Pouco senti doutras perdas. Muito, se a luz não mais se dê.
Terei mais esta prova?
Castigo pelos poucos versos?
Pobre trova!
Eu temo o escuro,
pois não sei se o que guardei
compensará o que não mais verei.