Versos ao acaso(Poema 6)

Versos

Meus versos choram como moças perturbadas,

A lamúria neles é vertiginosa, sempre a reclamar.

A protestar potenciais escondidos, a nunca se conformar.

Choram e se descontrolam como loucos e idiotas.

Versos que adiam sempre o inadiável, nunca vivendo a

presença do hoje.

Velada escrita, velados sentimentos,

São como cofres dentro de baús.

Como toldos brancos a serem

Pintados, mas a mão que pintar o

Tornará transparente ou vivo?

Colore com tintas suaves, mas não

Deixe a pintura forte, em sobrecamadas.

Não torne opressivo aos olhos a cor.

Versos que desanimam a cada caminhada.

Preguiçosos, nunca pensam em sair do marasmo...

Versos sifilíticos e sujos, versos de maldições escancaradas.

Versos de protuberância ridículas, dignas de

Uma análise fria e racional de Lombroso...

Versos que um dia falarão metáforas, não metonímias!

LuHessBuss Moonshadow
Enviado por LuHessBuss Moonshadow em 09/04/2011
Reeditado em 19/04/2023
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