Aos soldados(Poema 5)

Aos soldados mortos que tombaram na Segunda Guerra

" A guerra é a continuação da diplomacia por outros

Meios", Clausewitz

I

Destroçados são os jovens que

Tudo abandonaram para seguir o

Nobre e altivo rumo que a águia teutônica

Clamou.

Um braço levantado e aclamado por

Milhões de ávidos braços que repetem o

Sagrado ato; marcham, cantando e

Imponentes para fora da cidade.

Entram em vagões e despedem-se de

Seus familiares que os aclamam já

Como seres perfeitos e eternos.

Alguns riem, outros, com um olhar

Pensativo, lembram-se de noites fogosas

Com suas esposas, namoradas.

Outros pensam em futuras glórias

A qual a águia os prometera:

Pão, leite, um lote com belos rebanhos

E riachos para banhar-se à vontade.

Alguns não conseguem esquecer que

Este momento é tão importante quanto a Revolução Francesa.

Luís XVI não temeria tanto a águia prussiana quanto agora!

Estes garotos que acalentam sonhos

E anseios tem um brilho feroz

Já em seus rostos, uma expressão

De Hércules a Siegfried já

Vê-se em seus rostos olhares inflamados!

II

A viagem é agradável, sente-se um tempo

Que nunca se viveu, as discussões são

Sempre tão incríveis, tudo é cristalino,

O jogo, o sono, a comida, o sotaque renano

Imiscui-se ao westfaliano, a face rosada

Contrasta com a pálida face prussiana.

Invoca-se não mais o nome de

Cristo ou os santos, mas a presença

De Thor e Loki são vitais!

III

O combate entretanto é cruel, sádico.

Os ânimos inquietam o mais educado

E cordial soldado, chuta-se pernas

Braços e até órgãos mutilados no chão

Enquanto se avança; que importa

Que seja o braço do companheiro que o abraçou?

O avanço é cruel, perde-se cada soldado

Bem treinado, equipado.

Nunca carregou-se tantos corpos em esteiras.

Lamentos de homens que choram, nunca

Sentirão dores tão profundas.

As vestes sujas, roídas por ratos e pelo

Próprio não tirar, assim avançam os

Soldados-deuses do Reich, assim creem

Participar das pequenas vitórias e

Sentem-se subindo cada vez alto

Com a águia carregando um por um

Em suas garras fortes! Alçam tão pouco,

Nada lhes é informado, marcham pela

Noite como lobos desorientados, a luz

Que acende não é o alvorecer, sim o

Matraquear insano das baterias e

Canhões.

O Reich cai, mas cada gota de

Sangue é um novo ideal, um

Novo motivo para a luta, esta

Eterna luta dos povos, eterno morrer e

Nascer, eterna disputa por

Um único império europeu.

IV

O fogo assemelha cair de todos os locais,

Não mais invoca-se deuses ou proteções, apenas

A proteção de seu próprio corpo é válida,

O que importa é agachar-se, lutar para manter vivo o espírito que

Decai cada dia que a batalha torna-se mais crua e brutal.

Por completar.

LuHessBuss Moonshadow
Enviado por LuHessBuss Moonshadow em 09/04/2011
Reeditado em 19/04/2023
Código do texto: T2898539
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