MEU NOME É POLUIÇÃO

Maria Luiza Bonini

Uso da água potável

Para lavar o chão

A água não é descartável

Não tentem me impedir, pois será em vão

Uso a floresta virgem, a devastar

Substituo por rentáveis árvores de eucalipto

Transformo o solo em imensos pastos, após incendiar

Ignoro discursos em tons apocalípticos

Uso a energia elétrica

Como melhor me provém

Sou uma egocêntrica eclética

Gasto o tanto de eletricidade que a mim convém

Lanço os detritos nos rios

Eles que tomem seu curso

Não sinto, por fazer isso, feridos brios

Foi tudo o que aprendi em meu percurso

Aos animais infernais

Prendo, mato ou ainda, vendo

Tenho lucros fenomenais

Parar pra que? não entendo .

Trabalho muito, devastando

Destruo o que não me interessa

Não dou ouvidos aos que permanecem lamentando

Para enriquecer, eu tenho pressa

Fui batizada com um nome estranho

Tenho dele orgulho, pois vivo da ambição

É um nome desprezível , por tacanho

Sou daninha, filha da Profanação

Meu nome é Poluição

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SP., jan.2009

"Ao preservar a natureza o homem está presenvando a própria vida"

Maria Luiza Bonini
Enviado por Maria Luiza Bonini em 09/04/2011
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