(((((::::PAPEL ABANDONADO::::)))))

No mármore distraído o papel abandonado

Agora já não é possível morrer ou,

pelo menos, já não chega fechar os olhos,

com os mesmos postos no passado

Num viés de tempo solto, alucinado.

Os mesmos olhos no futuro,

vêem o que não pode ver-se.

Flui a interminável hora que nos confessa nulos.

Um perfeito ângulo obtuso

Vêem o que não vêem: vivemos, morreremos.

É quem somos, e é tudo!

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Beijos borboletais

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 09/04/2011
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