PRA QUE TANTA MATANÇA (Dança Macabra)

Sempre há uma forma de matar

Matar é um ato tão efêmero

Como tomar um copo de água sem ter sede

É um abate diário

Estamos no inferno de nossa própria criação

Há sempre o sangue derramado

O carneiro imolado a crucificação

O humano decepado

O sangue jorrado

E os sacrifícios continuam

Nos meretrícios das praças públicas

Nos jornais enegrecidos de um ibope

De tarja preta etiquetado no pé do defunto...

Nunca o psicopata fora mais galã

Do que qualquer astro internacional

Que assiduidade de mentes tresloucadas

Que ainda tendenciosamente

Querem casar com estes santos de carne suja de sangue!

Aonde chegamos

Aonde iremos chegar

Hoje a matança dá ibope

É um contra golpe na cultura popular.

Onde está o bom senso?

Matar é a válvula de escape

Do condenado que permanece

Enquanto morrer...

É a válvula de escape dos esquecidos!

Justiça podre...Aprisiona o preso

Apodrecido e depois o soltam em indultos

Pra abater os que são sumariamente dizimados

Porque é mais fácil ser um entre eles

Se safando pelas brechas da justiça do que criar um novo inferno

Para seus tormentos regidos por Tífon deus egípcio da destruição

É mais conveniente a memória no cárcere esquecer

Do que trazer de volta a vida do ente querido.

Estamos todos condenados

No espelho quebrado de narciso.