O RECANTO SAGRADO DA LUZ
Os cavalos passeiam em minha
mente a galopar em fugaz
esquecimento
sob um ponto mágico marcado
pelo fogo dos sonhos infantis
Os cavalos são memórias
que se fundem num esforço
lúdico
do prenúncio da aurora na
intrigante história do alvorecer
Os sonhos ainda crianças galopam
pelos caminhos verdes das
horas
que principiam o anúncio da
morte na imagem celestial
Crateras se abrem para a
passagem dos passos lentos do
cavaleiro
pelo vento secreto que alimenta
o recanto sagrado da luz
Há sossego nas marcas deixadas
no ar pela evolução das pedras
em folhas
e a neblina que cai é a
cor da voz orvalhada de cristal
Os pássaros cantam indiferentes
aos trâmites nos interstícios
da história
acordando o infante angelical
cego pelo brilho da aurora
Depois a memória dorme
nas passadas lentas do
nevoeiro
aspergindo o húmus e o sêmen
para a flor do jarro da moldura.