TEU CORPO (SOU LAPIDADOR)
Teu rosto um leque de opção
Uma rosa desabrochando, uma canção
Um jardim recamado de margaridas
Uma saudade viva florida
Teu andar uma carruagem de lírios
Teu peito duas gazelas saltitantes
Teus braços um bruxuleante fogo crepitante
Teus olhos duas ânforas de mistérios embriagantes
Tua boca um orvalho, uma manhã que o sol cresta de mansinho
Teu falar um sino repicante num entardecente domingo
Tua pele uma languidez acetinada
Em cada poro um mistério que tento decifrar
Um solver e um coagular
Deles brotam pássaros fugidios pelo ar.
Teus pés são duas flores brotando
Nas curvas macias da relva
São belos e mimosos
Como dois passarinhos
Levando ramos pros seus ninhos
És tão bela quanto à natureza viva de meus dias
Tu és a rica rima que verseja em minhas poesias
Ondeio teu rosto como a vaga da praia
Que busca na arrebentação fazer amor
Na lua cheia buscando a rocha dura
Que macia acaricia revôlta...
Até que sinta o suspiro da mesma
Sedenta em sua entrega enlouquecida
Agora entrando pelos recém-formados
Orifícios da pedra que se dobrou
Diante de sua busca úmida e ensandecida