Nada além
Nada tenho nas mãos
Que lhe possa ofertar
Nada além do meu eu
Posto que por si só
Ele não lhe satisfaz...
Sei bem que ocultas
O tremor que sentes
Quando o meu olhar
Encontra com o teu...
Mente, se desvia, finge...
Sei bem quem eu sou,
Nem tão pouco o tanto
Que eu lhe demonstro
Nem o tanto que sonho
Sou o que posso ser
Por isso não me culpe
Por eu não ser nada
Do que estereotipastes
Se eu for o que queres
Já não serei o que sou
Assim me fez o mundo,
Indomável como o vento
Nau sem rumo, sem porto
Percorro meu caminho
Apenas com meu destino
Em mãos e nada além
Se te amo desta forma
Estranha, desprendida
Se nem eu seu ao certo
Qual a sua real medida
Nem sequer compreendo
Ao certo seus contornos
Sou o eco que ecoa
No âmago da tua alma
Que arrepia tua pele
E se finda num suspiro...
Fecha os olhos e ouvidos
Eu também hei de fazer-lo
Seremos apenas a sombra
Amarga das memórias
Seremos tão pouco para
O monte que aparentamos
Seremos pouco, tão pouco,
Que seremos insignificantes
Que caem em esquecimento...