(((((:::::PARALELO RARO :::::)))))

Vive dentro de mim um paralelo raro

Tão vário, tão vibrante, tão profundo

E nele vivo audaz, ardentemente, o mundo.

Foco incerto, que a luz já mal derrama,

Tal é essa ventura: acho-me perdida - qual chama?

Quanto mais se chamou, mais escondido - inflama

Tempo é cada flor - ponteiro dum engano,

É miragem em nuvem ilusória,

É morte vã que a vida tomou por afano

Que vislumbre nos dá o amor imenso?

Esse amor que ventura faz gosar?

Tantos ais nos põe a suspirar...

__ Uma memória nova e nunca ouvida,

De um que trocou finita por humana vida

a ter na alma lágrimas sentidas...

Cegos com as peças de ouro reluzentes,

A Honra, a Liberdade, as vidas caras.

Que o cego Deus (ego) reparte às cegas gentes.

Não há beleza - somente tristeza - inconsequente

a ganância sangra em males aos antes inocentes

Vivo um mundo que não este - de alguém que sente

com sua centelha ardente e eterna,

retrocedendo aos aléns de mim mesma!

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 08/04/2011
Reeditado em 08/04/2011
Código do texto: T2897017
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