(((((:::::PARALELO RARO :::::)))))
Vive dentro de mim um paralelo raro
Tão vário, tão vibrante, tão profundo
E nele vivo audaz, ardentemente, o mundo.
Foco incerto, que a luz já mal derrama,
Tal é essa ventura: acho-me perdida - qual chama?
Quanto mais se chamou, mais escondido - inflama
Tempo é cada flor - ponteiro dum engano,
É miragem em nuvem ilusória,
É morte vã que a vida tomou por afano
Que vislumbre nos dá o amor imenso?
Esse amor que ventura faz gosar?
Tantos ais nos põe a suspirar...
__ Uma memória nova e nunca ouvida,
De um que trocou finita por humana vida
a ter na alma lágrimas sentidas...
Cegos com as peças de ouro reluzentes,
A Honra, a Liberdade, as vidas caras.
Que o cego Deus (ego) reparte às cegas gentes.
Não há beleza - somente tristeza - inconsequente
a ganância sangra em males aos antes inocentes
Vivo um mundo que não este - de alguém que sente
com sua centelha ardente e eterna,
retrocedendo aos aléns de mim mesma!