Édipo(Poema 1)
Édipo de olhos vazados, amargando um triste destino,
Corroendo-se a cada dia por seu infeliz erro,
Assim Tebas lamenta a tragédia em seu próprio solo.
Tebas cuja cidade prosperava grandemente, agora
Amaldiçoa o momento que Édipo pisou em seu solo.
Amargurados habitantes, vossa sina é apenas
A presença de mais um humano que consideram orgulhoso?
Acaso um deus achaste tua cidade Insignificante para
continuar existindo?
Édipo vaga, sua prole ainda
Permanece em augusto palácio,
Ismene, doce e compreensiva Ismene,
Antígona, oh, moça de nobre e sincero coração,
Teu coração morará eternamente em fria laje!
Quantas desventuras, um viandante
Cego que não encontra nada além
Da fria e ignota incompreensão, quantos
Não o condenam sem reconhecer que já
É um condenado? Quantas línguas malditas
Não culpam teu vagar?
Cruel e indesejada sorte, Tebas sofre e
Lamenta, a cidade não produz mais
Artefatos que tenham élan, o desânimo
Parente de toda imobilidade toma conta
De todo o ser rompido e esmigalhado.
Ah, Tebas, outrora cidade,
Hoje fantasma de arquitetura.
Teu destino aos deuses foi deixado,
Nada além de desgraças é o que tuas gerações
verão!