Poeta da Enganação
Jogado a sarjeta das palavras,
Sem pena de quem se punha a ouvir,
Debruçado sob a janela das migalhas,
Versava e debochando colocava-se a rir.
Altivo ainda que miserável,
Achava-se sensacional,
Mas se encontrasse à frente um espelho,
Verias que é um cara de pau.
Envaidecido por sua aparência,
Não enxerga o próprio interior,
Que exala um odor decadente,
De quem não tem dentro de si amor.
Existe, contudo uma solução,
O coração pelo fogo passar,
Quem sabe que assim como o ouro,
Dessas mazelas possa se purificar.