Pensar e Sentir

As vezes penso mais do que sinto

Deixando de sentir intensamente

Chamaria de poluição mais íntima

Essa interferência da minha mente

Outrora sinto mais do que penso

Vou sem rumo num mundo imenso

Chamaria esses nobres momentos

De "volta a mim mesmo"

Filosofar se torna esmo

Piso o chão descalço

Danço sem jeito mas danço

Conto piadas aos desesperados

Ando com o cabelo bagunçado

Não sigo modas nem ritos

Vou acreditando tão desacreditado

Vou me convencendo

Vencendo os dias inúteis

Não ouvindo as frases

Deixando os cães ladrarem

Olho as crianças com asas

A alvura de paz adornado idosos

Classes de anjos terrestres

Andando desagregados

Dispersando-se alegres

Quão sons de orquestras

Quão correr de lebres

Agora que voltei

Já sei o meu querer

Não pode ser maior

Nem menor do que queres!

Queres ser pomposo ou silvestre?

Queres um amor ou uma veste?

Queres um casaco a saúde de tua pele?

Seres Izolino ou Izabelle?

Seres poeta ou Alferes?

Independente do que escolhemos

Não deixo de ser ser

Nem tu deixas de seres

O que sempre seremos

Humanos seres sem saber

Não sei eu nem você

Ambos sentimos

E não sei o porque

Sinto eu que te cansei

Lopes Neto
Enviado por Lopes Neto em 07/04/2011
Reeditado em 17/08/2011
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