(((((:::::PÉTALAS DESPIDAS:::::)))))

Nada em ti me comove,

da poesia, dos templos e das espirais

Lançadas para o céu vazio pelas catedrais.

Com o seu eco tão rubro, de ais mortais...

Já farta de existir, com medo de morrer,

Eu rio-me da arte - tal mulher - e choro-me o ser

Dessa velha ironia a que chamam Amor.

Campo fecundo que persegue um naufrágio maior - a dor.

Luz que me prende, depois que o céu acende

Um acrílico de um nada algodoado - Depois do sol apagado

Ah, quem me dera ter embalado,

os tristes olhos - cansados - tão amendoados !

Há em minha intimidade, flores desconhecidas

Que não olham as estrelas e soluçam ao vento

as próprias folhas caídas - pétalas sentidas - de mim despidas.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 06/04/2011
Código do texto: T2893831
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