esguia
enquanto pisas em mim
com teu sorriso cruel
lambuzas meu corpo
me usas
me enche a alma
do amargo do teu mel
o veneno da tua lingua cortante
me fere mais do que as palavras
me interrompem as madrugadas
me sangras
a todo o instante
enquanto eu me esvaio
tu passas impassivel
com o mesmo semblante
esguia
enquanto eu
indefeso caio
no abismo profundo
da minha poesia