TENHO UM PAR DE ABOTOADURAS
Tenho um par de abotoaduras em ouro puro.
Uma camisa de cambraia fina,
um terno azul escuro
com um botão na lapela,
um vinho numa taça cristalina,
no lenço o batom do beijo dela.
Um cinto preto e a dourada fivela
e da gravata já desfeito o laço,
do corpo solto o nó do abraço.
No bolso um isqueiro
e um disfarçado cheiro
de colônia e nicotina.
Ao lado do abajur, um salmo iluminado,
e estrofes de um soneto inacabado.
Junto ao meu leito,
Um travesseiro apertado ao meu peito
entre lençóis cheirando a jasmim.
E na parede a foto, um rosto a olhar pra mim
silenciosamente a me dizer... Fim.
Tenho um par de abotoaduras em ouro puro.
Uma camisa de cambraia fina,
um terno azul escuro
com um botão na lapela,
um vinho numa taça cristalina,
no lenço o batom do beijo dela.
Um cinto preto e a dourada fivela
e da gravata já desfeito o laço,
do corpo solto o nó do abraço.
No bolso um isqueiro
e um disfarçado cheiro
de colônia e nicotina.
Ao lado do abajur, um salmo iluminado,
e estrofes de um soneto inacabado.
Junto ao meu leito,
Um travesseiro apertado ao meu peito
entre lençóis cheirando a jasmim.
E na parede a foto, um rosto a olhar pra mim
silenciosamente a me dizer... Fim.