Tormento
Como pôde entre tantos olhares
Esquecerdes o meu
Que há muito por ti aspira?
Como pôde entre as muitas bocas
Esquecerdes a minha
Que há muito por ti suspira?
Como pôde esquecer meus abraços
Que há tanto dedicam
O calor que invade minha alma?
Dentro do meu ser
Pretendo um dia ver
O seu viver em mim desabrochar
O desamor enfim desvanecer
Procuro dentre os muitos olhares
Encontrar a doce calma
Que sua presença em mim
Causa e inflama
Dentre tantas bocas
Fico a imaginar:
Qual guarda o segredo?
Aquele encantador desejo?
Aquele inebriante sonhar?
É erro, ou melhor, insanidade
Praticar o mesmo ato
E esperar conquistar
Alguma espécie de novidade
Nessa incessante trilha
Nem o mais sábio entre os homens
Sabe que terreno é fértil
E qual possui armadilha
E agora, sou eu
Mais uma entre a multidão
A sonhar que um dia
Possas acolher minha paixão