Atroz
Sexagésimo sétimo centésimo de sentido.
Não, meu amor (!), nada faz sentido,
Desde que me deixaste.
Vi a água engolirte,
Como um sapo faminto a mosca.
Minha vista lacrimejada e fosca,
Impediume de tentar socorrerte
Do destino inevitável.
Inabalável estava o tempo
Em que me encontrava no desejo
De dizerte o quanto te amo,
Enquanto restavate pouco tempo
Para ouvirdes que horas eram.
Hora de imbora sempre se sabe,
Mas não se entende
Quando é cumprida.
Hora de imbora durante o dia,
Para que a noite nos assossegue.