Atroz

Sexagésimo sétimo centésimo de sentido.

Não, meu amor (!), nada faz sentido,

Desde que me deixaste.

Vi a água engolirte,

Como um sapo faminto a mosca.

Minha vista lacrimejada e fosca,

Impediume de tentar socorrerte

Do destino inevitável.

Inabalável estava o tempo

Em que me encontrava no desejo

De dizerte o quanto te amo,

Enquanto restavate pouco tempo

Para ouvirdes que horas eram.

Hora de imbora sempre se sabe,

Mas não se entende

Quando é cumprida.

Hora de imbora durante o dia,

Para que a noite nos assossegue.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 05/04/2011
Código do texto: T2890970
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