CENA DE PRAIA ENSOLARADA

Esta tua pele, belo viajante,

Faz-me o brilho do ouro lembrar,

E o teu peito largo, arfante,

Barcos nas ondas do mar.

Lascivo descansa o teu corpo na esteira...

As narinas aspiram marinho perfume

E tua alma, estrangeira e aventureira,

Caminha sobre o afiado gume

Do sono combatendo a vigília.

Tens como lençol o morno vento

E a areia que a ele se alia,

Teu teto é o azul do firmamento.

Os olhos semi-abertos traduzem

O imenso de desejo de aventura,

Eles são esmeraldas que luzem

O verde de esperança pura.

Os dedos das mãos indolentes,

Movem-se na areia do Boqueirão

Eles lembram muitas serpentes

Serpeando em macio chão.

Que bela é a minha cidade!

Deus a fez uma terra encantada

De poetas e praticantes da caridade,

E me deu a inspiração incontrolada

De versejar sobre o belo turista

Vindo de longe, de terra gelada,

Para se aquecer no calor que excita

Em mais uma cena de praia ensolarada.

12/11/06.