NÃO SOU OTÁRIO

NÃO SOU OTÁRIO

Bem... Não sou de todo normal

Trago um ranço um pouco de imoral

Nada parecido com animal

Porém, às vezes me faço infernal

Longe... Lá quando era criança

Se não me falha a pouca lembrança

É... Aprontava alguma pequena lambança

Ao saci... Nem de longe alguma semelhança

Conquistei a primeira bela namorada

Logo de cara fiz uma boa trapalhada

Beijei o umbigo da danada

Ela me sapecou uma bofetada

Ainda assim nosso amor se fez puro

Levei a dita cujo para o escuro

Um lugar bem de junto do muro

Quando apalpei as partes: esconjuro!

Moço... Não sei o que era aquilo

Peito... Não! Era espiga de milho.

Corri... E como corri meu filho!

Naquele corpo nada estava no trilho.

Depois desta não quis mais beleza

Nas fêmeas procuro talvez... Pureza

Tudo macio e nada de dureza

Pois gosto mesmo é da safadeza

Mas tenho ficado é solitário

Pois elas querem me levar ao judiciário

Amarrar no papel e prender feito canário

Fujo as léguas, pois não sou otário

(dezembro/1979)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 05/04/2011
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