Eclipse
Gosto da Lua
Sempre doce e humilde, me visita todas as noites
em meus piores momentos de solidão
Sem medo de não agradar ou causar inveja
pela sua estonteante beleza caucasiana
Já o Sol, sempre prepotente e arrogante,
esconde-se com receio de ofuscar minha vista
Prefiro mais o brilho da Lua: brando, acolhedor,
sem necessidade de esforços para ser agradável
O Sol exige tolerância de mim por ser tão grandioso
Me faz crescer ao me ceder um espaço sob sua luz,
mas também machuca pela sua intensidade
A Lua, não
Sempre calma, tão macia em seu curso
Quase a sinto como um negro veludo que me acaricia,
e traz simpatia para alegrar
Veneremos à Lua, então!
Mãe dos amantes, encobridora dos nossos mais sórdidos sonhos!
jun 2004