TELA  
                                        SERPENTES DE AGUA klimt-gustav-1907




A SERPENTE


Enrolou o rabo de ponta tesa
cuspindo veneno
na grama de orvalho fresco. 

Na madrugada enluarada
cheirou  escamas
espalhadas 
à sua volta.

Ainda tentou arrastar-se até sua presa 
que roncava,
mas adormeu
na terra revirada
suspirando sibilos e sustenidos 
desafinados.

Ah...
(coitada)
estava apaixonada,

e o cíume dói  -
e arde -

até mesmo em ninhos de cobra.



Publicado no Recanto das Letras em 14/10/2009
Código do texto: T1866720
Em POESIA DE CONCRETO
                                
Miriam Dutra
Enviado por Miriam Dutra em 04/04/2011
Reeditado em 04/04/2011
Código do texto: T2889505
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