Sumiço



Estradas nuas,
Lua a bailar,
Pensamentos entram em sintonia
Lembrando da alegria
De um tempo que passou...
Ah! Se fosse assim todo amor,
Tão criança,
Tão carente,
Tão menina,
Amadurecida e regada
Com palavras que dilaceravam,
Ao mesmo tempo
Criava dentro de si
Uma capa protetora
Que até hoje
Para chegar ao âmago
Do seu interior
Tem que ter tato,
Inteligência,
Disponibilidade,
Principalmente sensibilidade
Para decifrar o que não foi dito,
Para entender o que até hoje
Nunca vi como jogo,
Desastroso é quem joga,
Fere e não se toca,
Balbucia o que nem sabe
Como dizer,
E pra que dizer
Se os atos em si não condizem
Com as tantas falas desnecessárias,
São perdidas as horas
Com pouco conteúdo,
São lamentosas as escabrosas estórias
Que não tem meio nem fim,
E que seja assim,
O que não tem eira nem beira
Vive da rasteira
Onde o outro caiu,
Pensou, fez de conta que não viu,
Quis tapar o sol com a peneira,
Aí foi que tudo sumiu.
Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 04/04/2011
Reeditado em 12/10/2021
Código do texto: T2889485
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