O poema do poeta que se atirou no mar
Solenemente
Sentiu a brisa
Sem murmurar sequer palavra
Ao Sol que desmaiava
Horizonte tão longínquo
Caindo noite adentro
Envolto em mar
E mil estrelas
Poesia e Madrugada
Fundiam-se na areia
Sem pensar
O amanhã
O fogo do poeta
Letras desesperadas
Comunhão tão grandiosa
Beijo das palavras
E logo chega a Alvorada
Como chuva que lava
Toda a terra
Revolvida
Ao despertar do transe
Raios do Sol brilhante
Puseram-se
A chamar
O poema do poeta
Que se atirou no mar