Vi-Ver

Vi um poema escorrendo no chuveiro

E banhando-se, cumulou-me de energia

Vi um poema abrindo as gavetas secretas

E escondendo-se, enganou-me as confidências

Vi um poema voando pela janela

E partindo, abarrotou-me de saudade

Vi um poema congelado pelo frio

E resfriando-se, transferiu-me indiferenças

Vi um poema encoberto na poeira

E disfarçando, educou-me de modéstia.

Vi uma poema pousado nas bromélias

E descansando, ensinou-me como dormir

Vi um poema nos olhos de um menino

E reluzindo, cobriu-me de esperanças

Vi um poema pelas lentes do “não-visto”

E enganando-me, habitou foi nos meus olhos.

Fábio Alvino
Enviado por Fábio Alvino em 04/04/2011
Reeditado em 27/03/2013
Código do texto: T2888317
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