Respostas sem perguntas
No centro do mundo, sozinho,
já não sabia mais o que faria,
se ir, se ficar, voltar.
Para as respostas sem perguntas,
tinha todas,
sem ninguem pra perguntar,
sem ter alguem para responder.
O relógio ordenava,
hora das obrigações cumprir,
hora de não ser homem,
tempo de ser máquina.
O que mais era necessário?
Quanto mais poderia ser?
Quem mais ter que amar?
Quão solitário tinha que ser?
Se ser só já era capaz,
mesmo se desejava,
acompanhado ser.
Já não era questão,
ser forte ou fraco,
feio ou belo,
a questão era ser.
Ser, ser, ser,
feliz ou triste.
Triste é ser feliz,
sem alguem para dar felicidade.
Hoje ele é feliz,
aqui ou lá,
aqui e lá.