Tempos de Paz
Não mais contemplo
maças maduras postas
em pratos de porcelana.
O vinho já revela
um certo azedume,
em taças ainda inacabadas.
Não mais contemplo
o sol abrasador a inundar
tuas entranhas,
recriando a vida.
Não mais contemplo
amanheceres coloridos
risos discretos e
lençóis em desalinho.
O tempo deixou as marcas
que o espelho insiste
em revelar.
Não mais contemplo sonhos.
Contento-me com o teu sorriso
e o teu abraço
nesses tempos de paz.