A CURVA DO TEMPO

O mar está revolto,

a areia cansada

de ser embalada,

barcos sobem e descem

nas pontas das ondas

no vai e vem do amar.

O dia nublado descansa

no calendário chuvoso,

ontem chuva despencava das calhas

formando rios nas ruas da cidade,

buzinas ensurdecedoras

querem desentupir bueiros,

a manhã irrompe

na máquina cultural do povo,

sobretudo na acomodação

patética do reclamar.