Caminheiro

Caminheiro que na rua passa

Olhos perdidos na imensidão

Segue com a cabeça baixa

Sem destino na solidão.

Caminheiro que na rua mora

Perdido na noite triste

Sem rumo e sem hora

Só a dor em seu mundo existe.

Seus passos lentos

Roupas sujas, pés no chão

Sozinho vai indiferente

Sem ser percebido pela multidão.

Caminheiro que fala sozinho

Alheio ao mundo artificial

Não teme as pedras no caminho

Desconhece o homem animal.

Desconhece o homem máquina

Que briga pelo capital

“O homem que é o lobo do homem”

Que faz a fome, e a guerra infernal.

Caminheiro em seu caminhar

Vai semeando um mundo de paz

E na minha utopia

Um novo mundo se faz.