Ultima Chama
A vida não termina
porque uma tênue flor
cai ao chão despetalada
e redemoinhos sacodem
folhas mortas.
Mesmo que o inverno traga
rasgos de solidão
alimentando medos noturnos,
algum teto há de existir,
alguma roupa agasalhar.
Para que reabrir baús.
Trazer à tona velhas lembranças,
feridas cicatrizadas,
trapos que há muito já deveriam
ter sido jogados fora.
O sofrer que divide
também aproxima.
A lagrima que rola
também liberta.
Novo sol há de brilhar
em outros renasceres,
em arco-íris multicolores,
trazendo pela fresta
a réstia que ilumina o espaço
onde suave brisa acaricia
e persistente vela se consome
até a última chama.