Medusa

Em minha cabeça, bate

tantos nomes teus, tantos versos inversos

e reversos. Há

tantos gestos indecifráveis, tantos mistérios.

Em ti, há tantas criaturas luminosas

escondidas dentro de casas feitas de barro

[e pedra

– tantos santos e tantos ateus...

(Quisera coubesse

dentre de uma delas

uma parte mínima

do que sou eu!)

Quando tua boca se abrindo, – em flores

e passarinhos – me solta um riso

ou taca um beijo,

logo mais teus dentes (brancos...

... perfeitos)

se me esgaçam

rangendo de ódio

ou desejo

Em ti há tantos gestos, tantas cores.

Destarte, eu quase nem consigo imaginar-te de toda:

deusa, menina amarela e azul piscando no meio da noite

em luzes de néon,

criatura hibrida – medusa:

em cada cabeça, tu carregas pus,

suor, sangue, medo e amor.

Enquanto a mim, todavia, estátua de pedra

[em tuas mãos.

Para Elisiane Bandeira

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 02/04/2011
Código do texto: T2885123