Toda sorte de pranto
Quero hoje derramar
Toda sorte de pranto
Quero enfim entoar
Sem qualquer acalanto
Minha alma diluída
Grita silenciosa
Pela dor enlouquecida
A experiência pavorosa
Meu pensar naufraga
Meu choro não estanca
Meus olhos cascata cega
Do sentimento que espanca
Sua ausência dilacera
Meu espírito soluça
Novamente vence a fera
Mãos gélidas de camurça
Turvada por esta abstinência
O vulcão avança devagar
Esvai-se de mim a essência
Nem dilúvio irá apagar
A certeira eminência
Saudade que devo suportar
Em sua eterna ausência
Mas só por hoje deixe-me chorar.
Pedra Mateus