DILEMA DA SALVAÇÃO
Sinto o pecado em minha carne ardente
Ao ver bocas rosadas, peitos nus ao vento
E o abrasar da alma no corpo silente
Disfarçar na calma dos olhos eu tento.
No mais profundo silêncio do meu quarto
Nem os olhos fecho para descansar
Pois das fantasias que me tomam, estou farto
Quero em tua presença, Senhor, me salvar!
Mas oh, que suplício, é viver em espírito
Quando o sangue ferve no pulsar das veias.
Tudo oh, salvação, para não ter que te perder!
Mato-me em mim, antes da esperada morte
Renegando os deleites, banquetes, da vida as ceias.
Oh, vida eterna, por ti buscar! Oh, inferno, por ti temer!