"Inconsciência Inconsciente..."
Aqui estou, incauta, diante de uma realidade esfíngica;
Onde pensamento se confunde com ação;
Idéia se converte em sua forma empírica;
E o que é inato e aprendido a um conflito dão vazão.
A resolução é o equilíbrio, a interconexão;
Entre as vertentes opostas que gradativamente se igualam;
O fim de um conflito na natureza humana se torna uma obsessão;
E uma humanidade é obsediada;
Pela força da imoralidade que um dos extremos exala.
A busca pelo equilíbrio e perfeição se expande;
No entanto é uma suposta realidade, é inexorável;
Que a anomalia dos extremos cante;
Uma canção ignóbil, porém inabalável.
Porque o esdrúxulo é mais pertinente à alma humana;
Travestido sob a forma de loucura;
E a hipocrisia nessa ótica não emana;
A perfeição ignota em sua forma pura.
A natureza perfeita, no homem, é um sonho letárgico;
De uma inconsciência humana consciente;
Noite e dia constantes e equilibrados são como um desejo fálico;
Uma libido estorricada por uma realidade incognoscente.
Cansei-me de toda essa vida prosaica, esse papo abjeto;
Não convincente num mundo tão imperfeito;
Pois a própria natureza paradoxalmente faz seu trajeto;
Noite e dia são opostos, entretanto são constantes os mesmos.
Toda essa busca e imperfeição constantes me causam inquietude;
Um nó na minha garganta diante da não aceitação da sombra pelo homem;
O que há na sua essência de mais sórdido;
O ser humano é um estado de espírito eternamente impelido pelas vicissitudes;
E não entende que um grande caminho na busca pelo eu e pela vida;
É a passagem pelo seu momento mais mórbido.