DEDICATÓRIA
Corre em meu sangue, suave,
dor tão fluída e antiga
que mais parece cantiga
com rimas universais.
Mesmo dor tem vôo leve
e algazarra de pardais.
Não é apenas saudade
mas tem quê de nostalgia,
azul de perenidade,
mãos se atando em fantasia
de homens de boa-vontade.
Chuva que a terra ativa,
semente rasgando a vida
sombra de vela acesa
desenhando a incerteza
no meu olhar de criança
de alma penada ou magia
faz-de-conta ou não fazia
chocolate com esperança.
Rastro que oculta a meta
desta caminhada incerta
saltimbanca trajetória.
Brisa firmando a certeza
dos sonhos da adolescência
véus de virgem, transparência.
Aves de arribação
em busca de sorte e norte
asas de amor-consorte.
Nuvem esculpindo em intenção
paixão-folhetim que estanca
o final feliz em branco.
Entre a vigília e o sono,
a proteção do abandono
de um pai__ a dedicatória
em seu silêncio de morte__
sonha-me em sua memória
e ainda me conta histórias.
Corre em meu sangue, suave,
dor tão fluída e antiga
que mais parece cantiga
com rimas universais.
Mesmo dor tem vôo leve
e algazarra de pardais.
Não é apenas saudade
mas tem quê de nostalgia,
azul de perenidade,
mãos se atando em fantasia
de homens de boa-vontade.
Chuva que a terra ativa,
semente rasgando a vida
sombra de vela acesa
desenhando a incerteza
no meu olhar de criança
de alma penada ou magia
faz-de-conta ou não fazia
chocolate com esperança.
Rastro que oculta a meta
desta caminhada incerta
saltimbanca trajetória.
Brisa firmando a certeza
dos sonhos da adolescência
véus de virgem, transparência.
Aves de arribação
em busca de sorte e norte
asas de amor-consorte.
Nuvem esculpindo em intenção
paixão-folhetim que estanca
o final feliz em branco.
Entre a vigília e o sono,
a proteção do abandono
de um pai__ a dedicatória
em seu silêncio de morte__
sonha-me em sua memória
e ainda me conta histórias.