Adormeço Escrevendo
Floresço,
Não importa se estou no pântano,
No mais lindo jardim,
Se estou no começo ou no fim,
Floresço.
Ando,
Não importa se o Caminho é reto,
Estreito,
Com tantas curvas,
Apertado,
Me ajeito.
Falo,
Com Deus,
Comigo,
Com estranhos,
Até com inimigos,
Da mansidão que aprendi a ter,
Por isso ,
Não calo.
Me calo
Quando o ruído é tanto,
A algazarra transborda,
Vejo que é a hora
Do silêncio reinar.
Escrevo
O que sinto,
Como pinto,
Se já tinto na poesia
A vida adentrar,
Vendo os ramos de flores perfumados
Valeu a pena o quanto andei,
Falando sobre a vida com tanta gente
Aprendi a dar valor as pequenas coisas,
Hoje sei o ouro do silêncio,
É a hora da escrita que grita de mansinho,
Toma meu coração tão devagarinho
Que adormeço escrevendo.