O Retorno do Rei
Velas na janela iluminam meu castelo.
Uma brisa leve canta para mim.
Sirinies povoam a minha cama
E consomem o meu corpo.
Perco-me em fragmentos
Do que sou e do que fui.
Sinto o aço das espadas do tempo
Me banharem em sangue e me lavarem em lágrimas.
Pelos corredores a dor ecoa.
São violinos furiosos,
Devoradores das almas dos homens,
Rancores divinos.
Em cada sala uma batalha a ser travada.
Os espelhos refletem o medo e a ira.
Entre a cruz e a espada só resta o sorriso da morte
Em seu trono de carne e osso.
Toma-me pela mão a bruxa de Aton.
Enebria o meu ser com seus raios de sol.
Faz de meu coração o seu poço de sangue
E seu sarcófago pulsante.
O aríete sagrado desfaz os portões da dúvida.
As torres estão em chamas.
O prisioneiro será libertado
E com seus grilhões reinará para sempre...