CAMINHOS
CAMINHOS
Havia dois caminhos...
Um ia além do que eu pudesse imaginar.
Sumia no horizonte passando por uma campina verdejante, trigais dourados, onde refletia o sol, emoldurando e dando brilho àquela paisagem irreal.
Os caminhos divergiam-se numa floresta encantada, onde pássaros completavam o cenário com suas lindas melodias.
Havia dois caminhos...
E eu, ali parada, não sabia qual o caminho a trilhar. E o mais triste é que eu não podia trilhá-los ao mesmo tempo.
Fiquei ali parada, como viajante solitária por um longo tempo, quase que por uma vida.
Olhei o outro caminho um pouco mais distante, era mais real, talvez pelos pastos molhados pelo orvalho da noite.
Era convidativo a caminhar.
A relva umedecida, adornada pelas flores da primavera, exalava um perfume inebriante pelo ar.
Havia dois caminhos e eu precisava prosseguir minha viagem.
Não sabia o que iria encontrar pela frente, somente sabia que era necessário prosseguir.
Fiquei observando os caminhos e resolvi avançar.
Fiz a escolha, ou será que fui induzida a segui-lo?
E o outro caminho?
O que deixei de viver?
Pode até ser que se tivesse prosseguido por ele, fosse igual, mas como saber?
Poderia até ser ilusório, lendário, fantasioso.
Naquela manhã fiz a escolha.
E o outro caminho não consegui alcançar, pisar em suas folhas caídas pelo passar do tempo.
Devem ainda estar lá, sem terem sido palmilhadas.
Como eu gostaria de poder ter sabido o que era aquele caminho e aonde me conduziria.
Só sei que um caminho gera outro caminho.
Então me perguntei se talvez algum dia eu o cruzei sem ao menos perceber que era o caminho que havia ficado para trás.
Havia dois caminhos que se divergiam na floresta, e eu fiz a opção, tomei o que achei ser o mais certo.
Será que isto fez diferença em minha vida?
Havia dois caminhos...