A FLECHA DO AMOR
Amigo,
Olha, aquele cervo
Que o índio alvejou,
Ele traz esta flecha
Cravada em seu corpo ...
Padece um horror!
Eu, aqui neste campo,
Olhando este cervo,
Me igualo ao seu pranto.
Também estou livre neste campo aberto,
Também tenho a aurora pra me acalentar,
Tenho o verde, o rio, as águas mais puras...
Mas vivo a chorar:
Ontem eu deixei minha vida, minha casa,
Ontem fiquei sem o meu grande amor,
Ontem...Foi ontem...
Com palavras simples, num olhar impiedoso,
A mulher me deixou..
E livre até posso falar que me atrevo
Dizer que sofremos por cousas iguais:
Difere que vês uma flecha no cervo,
E em mim tu não vês o que a flecha me faz.
08/06/1999