A Trajetória do Sol
(Aos imigrantes poloneses no sul do Brasil)
O país é esquisito
Grande como o infinito.
O sol fica do outro lado
O céu tem outro estrelado.
Mas a terra prometida
Dizem que é a mais bonita.
Brasil se chama Colônia
E é igual a nossa Polônia.
Até aqui, a imensidão,
De um mar sombrio, vencemos.
Aqui corre pão e mel.
(quando é que nos veremos?)
Venham mulheres e irmãos
Que a saudade tem matado
De dor de morte morrida,
Por quem ficou do outro lado,
De tão invencíveis águas
Em grandes ondas de mágoas.
Em especial, as crianças
Voaram, como se pássaros
Fossem a Deus ter amparo
E embaixo do seu véu
Voltaram ao nosso céu!
Mas persiste a esperança...
Vão nascer outras crianças!
Fizemos do sol ,trajetória
Do mar , estrada e história.
Já fizemos uma igreja,
Com oração e cortejo
À Virgem de Chenstorrowa,
Pois se Deus quer, que assim seja!
Rezamos em polonês,
Nossa fala aqui tem vez.
Mas abrimos muitas covas
Pois partiu-se o coração
De alguns de nossos irmãos
De lembranças e tristezas.
Outros foram de malária
Que é um tremor bem quente,
Mas a terra é uma beleza,
E tudo daqui é da gente.
Tem uma árvore, auracária,
Que é a mais linda do mundo.
Tem a forma de uma taça
Como em perene ofertório.
Bebemos muita cachaça
Que é o vinho daqui.
É mais forte e a gente ri
De tudo que se passa aqui.
No Brasil tem um governo
Chamado democracia
Que é dos ricos, monarquia.
Mas a terra é uma beleza,
Corre leite e corre mel
E apesar de outro céu,
Brasil é só a Colônia,
É nossa Nova Polônia
E quem não morrer de tristeza,
Há de amar sua beleza!
Agradeço aos poloneses do Paraná pela ajuda em minha pesquisa que resultou numa tese e publicada em livro, escolhido, em seu lançamento, como um dos eventos comemorativos por ocasião dos 300 anos de Curitiba, pelo governo do Paraná
A maioria dos versos são frases literais de cartas escritas em 1891 pelos imigrantes e que nunca chegaram a seu destino.
Só foram encontradas em 1945 , num arquivo da Gestapo, quando foram devolvidas aos seus descendentes brasileiros.
Elane Tomich Buchmann..... 1986
(Aos imigrantes poloneses no sul do Brasil)
O país é esquisito
Grande como o infinito.
O sol fica do outro lado
O céu tem outro estrelado.
Mas a terra prometida
Dizem que é a mais bonita.
Brasil se chama Colônia
E é igual a nossa Polônia.
Até aqui, a imensidão,
De um mar sombrio, vencemos.
Aqui corre pão e mel.
(quando é que nos veremos?)
Venham mulheres e irmãos
Que a saudade tem matado
De dor de morte morrida,
Por quem ficou do outro lado,
De tão invencíveis águas
Em grandes ondas de mágoas.
Em especial, as crianças
Voaram, como se pássaros
Fossem a Deus ter amparo
E embaixo do seu véu
Voltaram ao nosso céu!
Mas persiste a esperança...
Vão nascer outras crianças!
Fizemos do sol ,trajetória
Do mar , estrada e história.
Já fizemos uma igreja,
Com oração e cortejo
À Virgem de Chenstorrowa,
Pois se Deus quer, que assim seja!
Rezamos em polonês,
Nossa fala aqui tem vez.
Mas abrimos muitas covas
Pois partiu-se o coração
De alguns de nossos irmãos
De lembranças e tristezas.
Outros foram de malária
Que é um tremor bem quente,
Mas a terra é uma beleza,
E tudo daqui é da gente.
Tem uma árvore, auracária,
Que é a mais linda do mundo.
Tem a forma de uma taça
Como em perene ofertório.
Bebemos muita cachaça
Que é o vinho daqui.
É mais forte e a gente ri
De tudo que se passa aqui.
No Brasil tem um governo
Chamado democracia
Que é dos ricos, monarquia.
Mas a terra é uma beleza,
Corre leite e corre mel
E apesar de outro céu,
Brasil é só a Colônia,
É nossa Nova Polônia
E quem não morrer de tristeza,
Há de amar sua beleza!
Agradeço aos poloneses do Paraná pela ajuda em minha pesquisa que resultou numa tese e publicada em livro, escolhido, em seu lançamento, como um dos eventos comemorativos por ocasião dos 300 anos de Curitiba, pelo governo do Paraná
A maioria dos versos são frases literais de cartas escritas em 1891 pelos imigrantes e que nunca chegaram a seu destino.
Só foram encontradas em 1945 , num arquivo da Gestapo, quando foram devolvidas aos seus descendentes brasileiros.
Elane Tomich Buchmann..... 1986