Recortes
O tempo recompõe linhas
fios brandos,
amargos, doces
que se combinam
entre si.
Unem, amarram
Perfazem o que já não era
costuram, juntam
entre o aqui e o ali
em curva que desacelera.
E nessa máquina ousada
que me acelera o fiar
quero, não quero
calo e grito
tanto me ultraja, o esperar.
É corrente que prende
Liberta-me de meus passos
dualmente macios
e alinhava-me o coração
com ternos
e indolores fios.
Audaz
do tempo, então, lanço mão
desgastado, roto, desperdiçado
e foi nele que cerzi toda minha
tola recomeçável desconstrução.
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